Primeiro, precisamos compreender que a natureza já realiza o processo de compostagem sem necessidade da intervenção do homem, uma vez que, o processo de decomposição de restos de animais e vegetais mortos produz húmus de forma espontânea enriquecendo o solo, logo, para incentivar o uso da técnica pelo homem a ABNT determinou normais e diretrizes através da NBR 13591/1996 que define a compostagem como “Um processo de decomposição biológica dos resíduos orgânicos, realizados em condições aeróbicas, por meio da ação de um conjunto diversificado de organismo”, em outras palavras a compostagem envolve transformações relativamente complexas de natureza biológica e química, que são promovidas pela diversidade de microrganismos presentes no solo.
Partindo deste princípio, quando o homem coloca em pratica o processo de compostagem não está apenas reutilizando e dispondo resíduos sólidos de forma ambientalmente amigável, está convertendo resíduos orgânicos em um fertilizante que pode ser rico em micro e macro nutrientes (Fan et.al., 2017) e o faz dentro de um processo controlado de decomposição, logo o objetivo é obter um fertilizante com qualidade superior e no menor espaço de tempo possível.
Alguns fatores podem influenciar o processo como um todo, vejamos os principais:
- Aeração – a compostagem precisa de ar (oxigênio), porque em função da atividade biológica a temperatura possui tendência a ser elevada durante o início do ciclo podendo gerar um fluxo ascendente de ar quente e úmido dentro da leira, logo subentende-se que a falta de oxigênio pode retardar o processo e produzir odores.
- Umidade – o processo de compostagem como já citado é um processo biológico que precisa de água, ou seja, a umidade dentro da leira precisa ser entre 50 -70%. É importante salientar que o excesso de água pode dificultar a difusão do ar e o oposto pode cessar a atividade biológica, portanto é necessário equilíbrio.
- Temperatura – Pesquisadores como Lima (2017), relacionam o aumento da temperatura com a intensa atividade microbiológica e consequentemente a queda da temperatura é relacionada a redução da atividade dos microrganismos.
- Relação Carbono/Nitrogênio – é necessário deixar especificado que as proporções elevadas de C/N podem fazer com que os microrganismos utilizem o nitrogênio mineral disponível no solo na tentativa de equilibrar a relação, o que pode gerar uma deficiência e empobrecimento do solo, entretanto se essa relação C/N for muito baixa os microrganismos podem mineralizar os excedentes do nitrogênio em vez de armazena-lo em composto.
Com a aplicação da compostagem é possível agilizar com técnica e qualidade a estabilização da matéria orgânica produzida pelo homem, e o material que seria normalmente enviado para os locais de disposição final poderá ser transformado em fertilizante, e o mesmo quando aplicado ao solo pode melhorar suas características físicas, químicas e biológicas, logo, o uso da compostagem está dentro do conceito de destinação ambientalmente amigável, que se baseia em reutilizar, reciclar, processo de compostagem, recuperar e aproveitar.
Após balancear e equilibrar as relações a compostagem se mostra eficiente e algumas vantagens em utilizar esse processo são:
- Redução da quantidade de resíduos dispostos nos aterros sanitários;
- Redução da erosão do solo;
- Solo enriquecido;
- Aproveitamento agrícola da matéria prima;
- Redução de odores;
- Economia no tratamento de efluentes;
Mesmo se apresentando como uma ótima opção para reaproveitamento de matéria orgânica é necessário se atentar para alguns materiais que não podem ser utilizados dentro deste processo. Então, se o material disponível for: madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizados, vidros, metal, óleo, tinta, couro e plástico, é necessário ter cuidado pois esses materiais não devem ser utilizados no processo de compostagem.