Pirólise para tratamento de resíduos?

Decomposição por calor, esse é o significado da palavra grega “pirolise”, que embora faça parte da rota térmica de tratamento é diferente do processo de incineração, uma vez que a técnica de pirolise consiste em aquecer o ambiente com a ausência parcial ou total de oxigênio.

É importante ressaltar que a concentração de oxigênio presente no processo deve possuir tendência a viabiliza o processo de pirolise e não o de gaseificação do material a ser tratado.

A técnica geralmente é realizada em temperaturas entre 100° – 1600° C, uma vez que dentro de reator existem três zonas:

  • Zona de secagem – nesta etapa os resíduos são dispostos no reator e passam por outras duas etapas, a pré-secagem e a secagem, neste momento do processo a temperatura varia em torno de 100° a 200° C. É importante deixar claro que esta etapa de secagem do material é fundamental, pois possui grande influência no resultado final do processo.
  • Zona de pirólise – neste momento do processo as reações estão acontecendo e elas podem ser de volatizacão, oxidação, e fusão. A temperatura dentro do reator nesta fase pode variar entre 300° e 1600° C, e é neste ponto que produtos provenientes do processo são coletados;
  • Zona de resfriamento – nesta fase do processo os resíduos produzidos durante todo o tempo de processamento são coletados (cinzas).

Para utilizarmos a pirólise como técnica de processamento/tratamento de resíduos é fundamental que o material a ser reaproveitado (que pode ser doméstico, industrial e até plásticos processados) passem por uma triagem e trituração.

Durante o processo os resíduos vegetais que são geralmente provenientes da agroindústria (bagaço de cana, casca de arroz e de aveia) também podem ser reaproveitados. 

Os principais processos de pirólise são: carbonização, convencional, rápida, Flash, liquido, gás, vácuo, hidropirólise e metanopieolise.

Cada processo acontece em determinado espaço de tempo e em diferentes temperaturas, assim como, alguns processos apresentam produtos diferentes, que podem ser desde carvão vegetal, bio-óleo e gás à produtos químicos.

Logo, podemos organizar os subprodutos da pirólise em três grupos:

  • Gases;
  • Combustível liquido;
  • Resíduos.

Do ponto de vista de alguns estudiosos sobre o assunto, a pirolise apresenta vantagens em relação as outras técnicas e/ou processos de destinação de resíduos.

No entanto, a desvantagem apresentada está no alto investimento para que o processo seja viabilizado. Embora o custo de implantação e implementação seja alto, a técnica permite que também sejam tratados resíduos hospitalares, medicamentos vencidos, lodos de esgoto e industriais, solos contaminados, biomassa residual e resíduos industriais.

W.S Sanner (1970), faz uma demonstração pratica e clara da potencialidade da pirolise no tratamento de resíduos, o exemplo citado foi o seguinte: para cada uma tonelada de lixo tratado via pirolise pode ser obtido: 10,88 Kg de sulfato de amônia; 131 Kg de char; 12,3 L de alcatrão; 9,46 L de óleo; 435 L álcoois e 331 Nm³ gases combustíveis.

Dentro da rota térmica para tratamento de resíduos sólidos que discutimos até este momento, está técnica se mostra com maior potencial de eficiência, no entanto quando falamos de processos de tratamento/beneficiamento fatores como o custo de implantação e suas variáveis precisam ser levados em consideração.

Artigo criado por Elivone Lopes

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