O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, ou simplesmente Plano de Gestão de Resíduos, contém o planejamento das ações que serão desenvolvidas na implementação desse programa.
Para que tudo funcione, o primeiro passo, como vimos em um artigo anterior, é realizar o Diagnóstico de Geração de Resíduos. Por meio dele, será possível diagnosticar corretamente o real cenário em que a empresa se encontra em relação à geração dos resíduos e, assim, definir estratégias para atingir objetivos e metas a serem alcançados.
Neste artigo, vamos apresentar dicas para a elaboração do Plano de Gestão de Resíduos da sua empresa. Em síntese, o plano deverá contemplar pelo menos 11 etapas: constituição da comissão, descrição do empreendimento/atividade, diagnóstico dos resíduos gerados, atendimento às normas estabelecidas pelos órgãos competentes, definição do fluxograma de coleta interna, definição da área de armazenamento temporário, seleção de transportadores e receptores licenciados, metas de redução da geração dos resíduos, periodicidade de revisão, estudo econômico e planejamento de ações.
- Constituição de comissão
A comissão responsável pela elaboração do plano deve reunir colaboradores de vários setores da empresa, com representantes da administração e demais setores da empresa que se envolverão na comunicação, planejamento e gestão do plano. Idealmente, deve ser uma equipe multidisciplinar, com uma ou mais pessoas responsáveis por cada etapa. - Descrição do empreendimento/atividade
A descrição deverá abordar as características físicas e do ramo de negócio que a empresa atua, informando, de forma sucinta, a atividade desenvolvida. - Diagnóstico dos resíduos gerados
Deverá ser feito um levantamento técnico contendo informações como: classe, origem, volume/peso, forma de acondicionamento, forma de transporte e tipo de tratamento para cada resíduo identificado. Como vimos, essa etapa pode ter sido concluída anteriormente, seguindo as orientações que passamos no artigo sobre Diagnóstico de Geração de Resíduos. - Atendimento às normas estabelecidas pelos órgãos competentes
Deverão ser observadas e atendidas todas as normas estabelecidas pelo SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente – e pelo SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Para isso, é necessário conhecer as normas que se aplicam à sua empresa e, caso necessário, proceder à adequação. - Definição do fluxograma de coleta interna, coleta externa e destinação final
O fluxograma deverá contemplar as rotas de coleta interna a serem implantadas, assim como os procedimentos de segregação conforme a CONAMA 275 /01, coleta interna, armazenamento temporário, coleta externa (transporte) e destinação final. - Definição da área de armazenamento temporário
Deverá ser definido o espaço que armazenará temporariamente os resíduos gerados pelo empreendimento até que eles sejam destinados para o receptor final. Tal local de armazenamento temporário deverá atender às exigências estabelecidas nas respectivas NBRs. - Seleção de transportadores e receptores licenciados
Deverão ser selecionados apenas prestadores que possuam licenciamento pelos órgãos ambientais. A parceria com uma cooperativa ou associação de catadores é um dos fatores que contribui para o sucesso do processo de gestão de resíduos. Este parceiro será o responsável pela coleta de resíduos recicláveis. Nesta etapa, deve-se considerar a capacidade da instituição e facilidade de comunicação com os seus gestores. Finalmente, deve-se selecionar a instituição e formalizar a parceria. - Metas de redução da geração dos resíduos
Todo o planejamento deverá ser validado regularmente por meio da avaliação de metas e indicadores. Para isso, é importante que a organização pense no diagnóstico realizado e estabeleça metas que almeja atingir (ex.: redução do consumo de descartáveis em XX%, redução da energia em XX%, aumento da quantidade de material reciclado em XX%) em um determinado prazo. Os indicadores deverão ser estabelecidos de acordo com as metas e benchmarking, quando possível. - Periodicidade de revisão
O PGRS (Plano de Gestão de Resíduos Sólidos) deverá ser revisado anualmente. - Estudo econômico
Será necessário realizar uma estimativa de custos detalhada para implantação das ações e readequação de instalações, assim como todas as despesas relacionadas. Idealmente, ele será acompanhado de uma previsão de recuperação de investimento para as substituições de equipamentos e previsão de economia gerada após implantação. - Planejamento das ações
Quais ações serão implementadas para reduzir o volume de resíduos? Para economizar recursos? Todas essas ações deverão ser descritas e contabilizadas. Exemplos de ações que podem ser contempladas:- Substituição dos copos descartáveis >>> aquisição de canecas duráveis
- Readequação das instalações elétricas e hidráulicas >>> substituição de lâmpadas, instalação de energia solar, ajustes em torneiras, bebedouros, ar condicionado
- Reconfiguração de equipamentos (impressoras, monitores, equipamentos eletroeletrônicos)
- Redução do uso de papel >>> imprimir menos, impressão em 2 lados, reutilização de papéis para confecção de blocos rascunho
- Redução de custos >>> rever regras de utilização de energia, telefonia, descartáveis, materiais de escritório e limpeza
- Qualidade de vida no trabalho >>> alimentação mais saudável, ginástica laboral, ergonomia, saúde, limpeza, organização das áreas de trabalho, redução de ruídos
Após a conclusão dessas etapas e validação do plano como um todo, a empresa deverá estabelecer um plano de comunicação para que as pessoas impactadas possam ser sensibilizadas e capacitadas para a melhoria contínua da gestão de resíduos na empresa.
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