Incineração – Do que se trata?

Sabemos que os resíduos sólidos são classificados de acordo com sua origem e periculosidade, logo, aqueles considerados danosos ao meio ambiente e a saúde pública precisam de tratamento diferenciado. A lei n° 12.305 de 2010 discorre amplamente a respeito das variadas ações que devem e podem ser adotadas no gerenciamento dos resíduos sólidos, logo, dentro desse contexto de formas possíveis para tratar resíduos podemos destacar a incineração, mas o que é incineração?

A incineração nada mais é que um processo para tratamento de resíduos que tem por base a queima do material disposto, e esse processo ocorre em fornos especiais de acordo com as características dos resíduos, tais como: composição, granulometria, poder calorifico e teor de água. Levando em consideração essas características a incineração no geral é indicada para materiais plásticos em função da alta combustão e não tão recomendada a resíduos orgânicos domiciliares em razão do baixíssimo poder calorífico e elevada umidade, logo, o processo de incineração quando implantando tem como objetivo a redução do volume e peso dos resíduos, assim como a periculosidade do material tratado.

No Brasil, a incineração pode ser viabilizada em incineradores industriais, e é utilizada principalmente para tratar e/ou destruir resíduos sólidos e líquidos industriais e hospitalares e as técnicas mais utilizadas dentro do processo de incineração são: Mass Burning e o Refuse-Derived-Fuel.

  • Mass Burningdentro deste método os resíduos são incinerados de forma bruta, ou seja, sem qualquer tratamento prévio.
  • Refuse-Derived-Fulldentro deste método os resíduos são previamente processados, ou seja, todos os materiais recicláveis são removidos com objetivo de minimizar a heterogeneidade do material a ser tratado.

No geral, a técnica de Mass Burning tem maior aderência em função da facilidade gerada pela não obrigatoriedade de tratamento prévio do material.

Embora a incineração seja um processo amplamente recomendado para diversos tipos de resíduos à depender das suas características é fundamental que todos os padrões de controle de emissões para atmosfera sejam observados e respeitados. O processo de incinerar acontece basicamente em duas fases, e elas são: combustão primária e combustão secundária.

  • Combustão primária – dentro dessa etapa, que em média dura entre 30 e 120 minutos, com uma temperatura entre 500 e 800°C, acontece a secagem, o aquecimento, a liberação de substancias voláteis e a transformação do resíduo remanescente em cinzas, ainda dentro dessa etapa o material particulado é gerado.
  • Combustão secundária – durante esta fase os gases, vapores e material particulado que foram produzidos durante a primeira etapa tendem a serem soprados ou succionados para a câmara de combustão secundária ou pós combustão, dentro dessa etapa o material permanece cerca de 2 segundos expostos a uma temperatura de até 1200º C ocasionando a destruição das substancias voláteis e parte do material particulado.

O material remanescente após analise deverá ser disposto em aterros classe I ou II de acordo com sua classificação final, logo, pode- se concluir que o emprego da tecnologia de incineração para tratar e/ou destruir a matéria prima adequada é funcional e além de reduzir massa e volume ainda existe a possibilidade de aproveitamento da energia gerada durante o processo e essa recuperação energética pode assumir formas variadas (Produção de energia elétrica, fornecimento de agua quente, etc…).

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