O Encontro anual dos Transportadores de Resíduos, promovido pela AEMERJ e demais associados teve como objetivo colocar em pauta temas de extrema importância para todos os envolvidos nas fases de tratamento, beneficiamento, transporte e disposição dos resíduos sólidos e efluentes.
Possuindo como base o contexto abordado nos nossos últimos artigos, sabemos que todo e qualquer esforço em busca da eficiência nos processos que envolvem gestão de resíduos, sejam eles sólidos ou líquidos é necessário que exista uma base de sustentação, um balizador, cujo objetivo é determinar diretrizes e estabelecer normas a serem seguidas e metas a serem alcançadas e/ou atingidas, e no Encontro de Transportadores de Resíduos o primeiro tema a ser abordado foi o de “Políticas Públicas sobre Resíduos e Cidades Sustentáveis”, o desenvolvimento da palestra abordou tópicos relacionados ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Politicas Estaduais (RJ) e Municipais relacionadas ao tema, e a Agenda 2030 e a COP 27 também foram destaque da apresentação, o objetivo geral foi apresentar de forma simples e objetiva a real necessidade da integração e aplicação de conceitos, práticas e legislação relacionados a gestão de resíduos, para que o produto de todo esse processo sejam cidades sustentáveis. E o que seria uma cidade sustentável?
Em tese, uma cidade sustentável é aquela cujo objetivo norteador é reinventar o funcionamento dos centros urbanos, a fim de evitar a exaustão do meio ambiente e garantir que todos os privilégios desfrutados pelos moradores atuais, sejam mantidos para as futuras gerações e tal objetivo se torna viável quando os impactos ambientais provenientes das superpopulações e crescimento desenfreado são reduzidos e/ou mitigados. Para que cidades sem qualquer planejamento se tornem sustentáveis, três pilares precisam ser respeitados, eles são: responsabilidade ambiental, economia sustentável e vitalidade cultural.
Em total consonância com a primeira palestra, a segunda palestra apresentou o tema “Governança Climática nas Cidades: Ações e Desafios”, onde foram apresentadas as medidas que a cidade de Niterói vem desenvolvendo para minimização e/ou mitigação de impactos ambientais. Niterói possui a primeira Secretaria do Clima do País (SECLIMA), com as seguintes diretrizes: 1) Construir uma Política Pública Municipal de Combate às Mudanças Climáticas; 2) Elaborar Planos Setoriais e o Plano Estratégico; e 3) Promover a Participação da Sociedade, Academia e Iniciativa Privada, na construção das diferentes ferramentas e instrumentos de Gestão, tais pilares permitem que possíveis riscos sejam identificados e que trabalhos possam ser desenvolvidos para que a população não seja afetada e outras ações poderão ser desenvolvidas e implementadas para que os riscos identificados sejam reduzidos a zero.
Ainda dentro do Encontro dos transportadores, empresas como a Ecoa, GreenPlat e Action apresentaram seus objetivos e consequentemente suas metodologias para redução dos impactos ambientas, assim como, softwares que aprimoram o sistema de coleta, transporte e destinação dos resíduos produzidos nas cidades, uma vez mais dando destaque a integração de informações como ferramenta fundamental para uma gestão de qualidade.
O ponto principal a ser destacado neste artigo é a disposição dos realizadores em disponibilizar conhecimento e possível integração entre as empresas que trabalham com resíduos, de maneira que todos possam estar alinhados com a legislação vigente e com as diretrizes desenvolvidas pelos órgãos competentes que buscam reduzir e/ou mitigar as ações do homem frente ao meio ambiente.
Por Elivone Lopes