Beneficiamento e aproveitamento dos RCC

Segundo o United States Geological Survey (USGS), os agregados naturais são os recursos minerais mais acessíveis à humanidade e compõem as frações mais importantes usadas na indústria da construção civil, sendo o concreto o material mais consumido em volume pelo ser humano depois da água.

Para se atingir os objetivos de beneficiamento e aproveitamento de RCC e/ou RCD é necessário superar outras etapas que compõem o processo. Faz-se necessário um sistema integrado de informações com relação às obras e/ou demolições em execuções, em conjunto com o transporte desses resíduos aos locais apropriados e seu beneficiamento conforme a capacidade de produção de cada usina instalada.

A primeira etapa do processo é a geração dos resíduos, que acontece quando são executadas obras de construção, pavimentação e demolições de modo geral. Após gerar os resíduos, teoricamente existe um controle com relação ao transporte (CTR) e a disposição final desse material.

Nesse documento é necessário que conste a origem, a quantidade e a qualidade dos resíduos. O gerador escolhe a empresa que irá transportar o material e também a unidade de beneficiamento que irá recebê-lo.

É importante definir a diferença entre destinação final ambientalmente adequada e a disposição final ambientalmente correta.

A primeira se trata de destinar os resíduos que podem ser reutilizados, reciclados, sofrerem compostagem, recuperação e serem aproveitados em outros fins além de outras destinações admitidas pelos órgãos competentes.

A segunda se baseia na distribuição ordenada dos resíduos em aterros, observando as normas operacionais específicas de maneira a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, além dos impactos ambientais.

É importante observar que o RCD só deve ser disposto quando não possuir outra opção de destinação. Após os procedimentos iniciais os RCD chegam aos aterros ou CTRs, onde são submetidos às seguintes etapas:

a) Recepção e análise visual – nesta etapa, o material é pesado e passa por uma pré-triagem para que se defina o destino do mesmo dentro das instalações. O caminhão é pesado na entrada e na saída para saber o peso do material recebido.

b) Estocagem e triagem – neste momento o entulho é armazenado em local próprio e ocorre a separação dos RCD e dos demais componentes do entulho, como madeira, plástico, metais, papelão, etc. Essa etapa tem função importante, pois dela depende a qualidade do entulho alimentado e consequentemente a do produto que vai ser gerado. Após segregar os resíduos se inicia a etapa seguinte do processo de beneficiamento.

c) Cominuição e classificação – esta etapa consiste no transporte do entulho até os equipamentos responsáveis pelo processamento (britadores, moinhos, grelhas e/ou peneiras de aberturas diferenciadas – os quais falaremos adequadamente no próximo artigo), ocorrendo o beneficiamento do agregado e sua classificação.

d) Estocagem dos agregados – após o beneficiamento do material, os agregados já classificados de acordo com sua granulometria, são armazenados em local pré-estabelecido. A estocagem pode ser em silos, pilhas ou mista.

e) Expedição do produto – essa é a etapa final do processo que consiste na liberação do produto para o uso em obras de construções civis.

O conceito é que após o tempo de vida tido como útil, o material vá ser descartado de forma correta e passará por processos de beneficiamento para ajustar o que antes era resíduo em produto qualificado, que poderá ser inserido novamente em obras de construções civis, ciclo esse representado na Figura 1.

Figura 1. Representação do ciclo de vida do entulho. (Fonte: www.saint-gobain.com).

Compartilhar