Aterro é Zero – do que se trata?

De início precisamos compreender que o futuro é circular, desta forma é necessário destacar que a gestão dos resíduos gerados é o início de todo o processo. Entretanto, o conceito de Aterro e/ou lixo zero não é novo, na década de 1970 já se falava sobre o assunto e nos anos 60 o movimento ganhou força.

A expressão “Aterro zero” e/ou “lixo zero”, também pode ser conhecida como “Resíduo zero” e “desperdício zero”, mas o conceito é o mesmo – os resíduos e/ou materiais produzidos em razão da ação humana precisam ser aproveitados e/ou reaproveitados ao máximo – o grande ideal do conceito é a redução chegando ao extremo da eliminação dos resíduos gerados que são dispostos em aterros.

A Zero Waste International Alliance (ZWIA), definiu o lizo zero como “A conservação de todos os recursos por meio da produção, consumo, reutilização e recuperação responsáveis de produtos, embalagens e materiais sem queima e sem lançamentos na terra, na água ou no ar que ameacem o meio ambiente ou a saúde humana.” Podemos considerar que a prática do aterro zero é basicamente retomar e fomentar técnicas e práticas amplamente conhecidas e utilizadas por empresas de gestão e tratamento de resíduos, elas são:

  • Não gerar resíduos;
  • Reciclagem;
  • Compostagem;
  • Reutilização interna e por empresas externas;
  • Incineração com recuperação de energia – esta etapa só é viável se o calor gerado durante o processo de incineração for coletado e utilizado de forma a promover mais energia que a utilizada no processo inicial; e
  • Reformulação de processos de produção de resíduos.

Quando entendemos o conceito de aterro zero também compreendemos que ele faz parte de um processo contínuo, onde o gerador tem a função de reformular se preciso for todos os seus processos comprometendo-se com a preservação ambiental – uma vez que os resíduos contribuem diretamente com uma porcentagem significativa para as mudanças climáticas – e consequentemente da saúde humana.

O conceito de aterro zero ultrapassa as barreiras iniciais que dizem respeito a disposição final de resíduos, o conceito estimula a avaliação da mudança de todo o ciclo de produção, o ideal é reduzir até a eliminação do desperdício nos processos produtivos e posteriormente no consumo.

No entanto, pode restar a dúvida de como uma empresa saberia que está dentro do conceito de aterro zero? Analise o seguinte fato, se a empresa encontrou técnicas para tratar e reutilizar mais de 90% de seus resíduos sem dispô-los em aterros, já se enquadra nos padrões de aterro zero e tais objetivos podem ser alcançados através dos 5R’s, e eles são: reduzir, repensar, recusar, reutilizar e reciclar.

Precisamos compreender ainda que a destinação ambientalmente adequada de resíduos está fortemente influenciada pela forma como são gerenciados, principalmente na etapa de segregação do material, é fundamental entendermos que o envio de resíduos para aterros pode ser desperdício de energia e de materiais, e consequentemente causam grande impacto na área escolhida reduzindo sua vida útil.

É fundamental compreendermos nosso papel em todo esse ciclo de gestão de resíduos em busca da minimização e/ou eliminação da disposição de resíduos em aterros, cada agente da sociedade possui seu papel, a indústria cabe a produção e design de produtos, ao comercio cabe a comercialização dos produtos desenvolvidos, ao consumidor cabe o consumo e o descarte dos itens adquiridos e ao governo cabe a responsabilidade de integrar comunidade e indústria.

 

Artigo criado por Elivone Lopes

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